A
expressão “Reino de Deus” percorre ambos os Testamentos, e coloca seu foco no
propósito de Deus para a história mundial. No Antigo Testamento, Deus declarou
que exerceria sua soberania (Daniel 4.34-35) governando a vida e as
circunstâncias do povo mediante o seu Rei escolhido, o Messias da linhagem
davídica (Isaías 9.6-7), no período áureo da bênção. Esse Reino veio com Jesus
e é conhecido onde quer que o senhorio de Cristo seja reconhecido. Jesus encontra-se
entronizado no céu como soberano Senhor sobre todas as coisas (Mateus 28.18;
Colossenses 1.13), Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 17.14;
19.16). O período áureo da bênção é uma época de salvação do pecado e de
comunhão com Deus, que leva a um estado futuro de completa alegria, num
universo redimido e restaurado a sua perfeição original. Esse Reino está
presente, de forma embrionária, atualmente, porém a sua plenitude será no
futuro; em certo sentido, já está aqui, mas, num sentido mais pleno, ainda virá
(Lucas 11.20; 16.16; 17.21; 22.16-18, 29-30).
O
Reino veio trazendo graça e juízo, exatamente como João Batista, seu precursor,
tinha anunciado (Mateus 3.11-12). Os que recebem as palavras de Jesus e confiam
a ele seu destino encontram misericórdia, enquanto que aqueles que não o fazem
já estão julgados.
A
tarefa da Igreja é tornar visível o Reino invisível de Deus, por meio da vida e
testemunho fiel dos cristãos. O evangelho de Cristo ainda é o evangelho do
Reino (Mateus 4.23), as boas-novas de justiça, paz e alegria no Espírito Santo.
A Igreja torna a sua mensagem digna de crédito ao manifestar a realidade da
vida do Reino em seu dia a dia.
A vinda do Reino
significou um novo estágio no plano redentor de Deus. Tudo aquilo que era
típico, temporário e imperfeito, nas disposições que Deus estabeleceu para a
comunhão de Israel com ele, tornou-se coisa do passado e foi substituído por disposições
claras, eternas e perfeitas. O Israel de Deus, a semente de Abraão, foi
revelado como a convivência dos cristãos em Jesus (Gálatas 3.16, 26-29). O
Espírito Santo foi derramado e um novo modo de vida passou a ser uma realidade
para este mundo. Nasceu um novo internacionalismo de comunhão eclesiástica
global (pois em Jesus “não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem
incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre, porém Cristo é tudo em todos” [Colossenses
3.11]), e de evangelização global (pois Cristo ordenou “E será pregado este
evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então
virá o fim” [Mateus 24.14]).
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