segunda-feira, 9 de junho de 2014

Esperando os Desígnios de Deus


            No Salmo 106, o salmista, ao falar da graça de Deus e da ingratidão de Israel, diz: “Cedo, porém, se esqueceram das suas obras e não lhe aguardaram os desígnios; entregaram-se à cobiça, no deserto; e tentaram a Deus na solidão” (v. 13-14).
            Temos aqui uma referência ao pecado do povo de Israel no deserto. Deus os havia livrado de maneira poderosa, e estava pronto para suprir cada uma das necessidades do povo de maneira igualmente poderosa. Porém, quando chegou o período da dificuldade, o povo “não lhe aguardaram os desígnios”. O povo de Israel não se lembrou de que o Deus Todo-poderoso era seu Líder e Provedor; não perguntaram a Deus quais eram seus planos para aquela situação. Simplesmente, ficaram com os pensamentos de seu coração ingrato, tentaram e provocaram a Deus com sua incredulidade. O povo de Israel esqueceu-se dos atos graciosos e poderosos de Deus no Egito e no Mar Vermelho, e não esperou pelos desígnios de Deus.
            Como este pecado ainda tem ocorrido na vida dos filhos de Deus de nossos dias¹ Na terra de Canaã, durante os dias de Josué, os únicos três fracassos de que temos notícia foram consequência deste pecado. Em três ocasiões: quando subiram contra Ai, quando fizeram aliança com os gibeonitas e quando se estabeleceram na terra antes de havê-la ocupado toda. Nessas três ocasiões Israel não buscou conhecer os desígnios de Deus; não esperou para conhecer os planos de Deus. Portanto, até mesmo cristãos maduros podem cair nessa tentação: não esperar pelos desígnios de Deus. Precisamos aceitar essa advertência e ver as lições a serem aprendidas com os israelitas aqui. Acima de tudo, precisamos considerar essa tentação como um perigo não apenas para o cristão individual, mas para o povo de Deus coletivamente.
            Todo o nosso relacionamento com Deus é governado pelo seguinte princípio: que a sua vontade seja feita em nós e por nós, da mesma forma como ela é feita no céu. Nosso foco deve ser fazer a vontade de Deus e vê-la sendo feita em nós.
Para ajudar-nos a fazer sua vontade, o Senhor nos deu a sua Palavra. Nela encontramos sua vontade acerca de todos os aspectos de nosso relacionamento com ele e com o mundo ao nosso redor. Tudo quanto precisamos saber para sermos “perfeitos e perfeitamente habilitados para toda boa obra” encontra-se registrado nela (2 Timóteo 3.16-17); o que precisamos saber para não pecar contra Deus está registrado nela (Salmo 119.9-11); toda orientação e conselho de que precisamos para conduzir nossa vida por caminho seguro jaz escrito nela (Salmo 119.105). O Senhor nos deu o seu Espírito, também. Ele nos ensina e nos faz lembrar do que Deus diz (João 14.26); ele nos guia a toda a verdade (João 16.13); ele guia os filhos de Deus (Romanos 8.14); ele indica o caminho a seguir, abrindo ou fechando portas (Atos 16.6-10).
Nossa atitude deve ser, então, a de quem aguarda os seus desígnios como o único guia de nossos pensamentos e ações. Em nossos cultos, Escolas Dominicais, Reuniões de Oração, reuniões administrativas e etc., nosso principal objetivo deve ser aguardar os desígnios de Deus. Precisamos dedicar tempo para conhecer a vontade de Deus mediante as Escrituras e o Espírito Santo, e precisamos nos esforçar para obedecer aos desígnios de Deus. Pois, apesar de conhecermos a Palavra de Deus, de sermos habitados pelo Espírito Santo e de desejarmos sinceramente fazer a vontade de Deus, corremos o risco de esquecer as obras de Deus, como o fizeram os israelitas. Corremos o risco de arregaçar as mangas e partir para a ação ou para a decisão, sem consultar ao Senhor e saber seus desígnios, como o fizeram os israelitas no caso dos gibeonitas, por exemplo. Corremos o risco de ignorar a iluminação das Escrituras e de fechar os ouvidos à voz orientadora do Espírito Santo.
Precisamos aprender a aguardar pelos desígnios do Senhor, nosso Deus. Precisamos buscar conhecer a vontade de nosso Pai celestial revelada nas Escrituras. Precisamos ter ouvidos e coração sensíveis à voz orientadora do Espírito Santo. Que o Senhor, nosso gracioso Deus, nos capacite para isso.

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