segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Ouvindo a Lei



Escrevendo às igrejas da Galácia, a fim de corrigir distorções do Evangelho de Jesus Cristo produzidas pelos judaizantes, o Senhor, por meio do apóstolo Paulo, diz: “Dizei-me vós, os que quereis estar sob a lei: acaso, não ouvis a lei?” (Gálatas 4.21) Em seguida, o Senhor revela que duas personagens do Antigo Testamento – Sara e Agar – são alegorias referentes a duas alianças. Atentemos, no entanto, para a pergunta: “Acaso, não ouvis a lei?” Essa pergunta chama nossa atenção para o fato de que é possível não ouvir a Lei, isto é, não entender sua mensagem. É possível ouvi-la de maneira errada, entendendo algo que ela, de fato, não diz. O não ouvir corretamente a Lei gera distorções no entendimento do Evangelho de Jesus Cristo e na vida cristã.
            Quando uma pessoa de fato não ouve o que a Lei de Deus diz, ela pode desejar estar sob a Lei. Aqueles que estão perdidos e morrendo no mundo frequentemente subestimam a mensagem da lei. Eles imaginam que a Lei apenas os está chamando para frequentar os serviços religiosos ou para juntarem-se a organizações religiosas. Deste modo, ao não compreenderem a mensagem da Lei, eles escolhem permanecer sob ela, confiando em seu melhor comportamento para capacitá-los de alguma maneira a enfrentar algum julgamento final a respeito do céu ou do inferno. Esta é uma consequência do não ouvir a lei.
            Muitos daqueles que são redimidos, tendo encontrado nova vida por meio da fé em Cristo, igualmente querem manter-se sob a lei que diz respeito ao crescimento e ao serviço espirituais. Esta é outra consequência de não ouvir a lei. Qualquer cristão que espera progredir em uma vida agradável ao Senhor, com base em seus próprios melhores esforços, realmente não ouve o que a lei revela como vontade de Deus para sua vida.
            A Lei de Deus não sugere que “sejamos melhores”; ele exige que “sejamos santos” assim como Deus é santo. A Lei diz: “Santos sereis, porque eu, o senhor, vosso Deus, sou santo” (Levítico 19.2). A Lei não sugere que “sejamos agradáveis”; ela requer que “amemos” assim como Cristo. A Lei diz: “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor” (Levítico 19.18). A Lei não propõe que “nos esforcemos mais”; ela insiste que “sejamos perfeitos” como nosso Pai celestial. A Lei diz: “Guardareis todos os meus estatutos e todos os meus juízos e os cumprireis. Eu sou o Senhor” (Levítico 19.37).
            A Lei de Deus não nos convida a melhorarmos a nós mesmos ou a sermos melhores que o nosso próximo. Essa afirmação incorreta é ouvida muitas vezes: “Faça o melhor que você puder; o que mais Deus poderia exigir?” Bem, Deus exige algo muito além de nosso melhor. Sua Lei exige que “sejamos santos”, “amemos” e “sejamos perfeitos”. Sendo ele mesmo é o padrão dessa santidade, amor e perfeição, ele não aceita nada menos que perfeita conformidade com seu padrão.
Deus é santo, Deus é amor e Deus é perfeito. Nós, de nós mesmos, não temos nada disso. Estamos diante dele sem qualquer recurso humano que esteja à altura dessas realidades celestiais, as quais somente ele possui. Sejamos gratos pela misericórdia de Deus, pois ele não nos trata segundo nossos pecados merecem. Supliquemos que, por sua graça, ele opere mais e mais sua santidade em e por meio de nossa vida; derrame mais e mais de seu amor em nosso coração; e nos transforme mais e mais à semelhança de sua imagem perfeita.

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