domingo, 29 de março de 2015

A Graça Contínua de Deus

Necessitamos não apenas da graça inicial de Deus, mas também de sua graça contínua. Observe o que a Escritura diz: “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: ‘Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo’” (Jeremias 31.33) “Não vos deixarei envolver por doutrinas várias e estranhas, porquanto o que vale é estar o coração confirmado com graça e não com alimentos, pois nunca tiveram proveito s que com isto se preocuparam” (Hebreus 13.9).
            Nosso encontro inicial com a graça de Deus envolveu perdão e justificação. É a isso que Efésios 1.7 se refere: “No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça”. Ricas medidas da graça de Deus nos lavaram de nossos pecados e nos deram nova vida em Cristo. Porém, certamente, esta obra justificadora inicial de Deus não exaure sua graça. Antes, ela foi “segundo a riqueza da sua graça”. Ainda existem riquezas ilimitadas disponíveis para nossa santificação diária, nosso contínuo crescimento em Cristo.
            Hebreus 13.9 é um dos muitos lugares na Escritura que indicam que a santificação progressiva, isto é, o crescimento em piedade, é pela graça. “O que vale é estar o coração confirmado com graça”. Esta verdade claramente diz respeito à santificação e ao crescimento, não à justificação e ao novo nascimento. Na regeneração, nos é dado um novo coração, pois a Bíblia diz: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ezequiel 36.26). Então, após recebermos um novo, maleável e sensível coração, segue-se a estabilização espiritual deste novo coração.
            É de dentro do coração que deve proceder o desenvolvimento da justiça prática. O que é eventualmente visto e ouvido em nossas vidas cristãs diárias surge de dentro do mais íntimo do nosso ser interior. É do coração que vem o que pensamos, falamos e fazemos. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4.23). O Senhor deseja operar em nós a partir do mais profundo de nosso ser, por isso ele afirma: “Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei” (Jeremias 31.33).
            Se uma vida instável e inconsistente está sendo expressa exteriormente, a causa é um coração não confirmado dentro de nós. Jesus ensinou que “A boca fala do que o coração está cheio” (Mateus 12.34). O que quer que esteja se desenvolvendo e enchendo nosso interior, finalmente virá à tona para ser visto e ouvido.
            A fim de desenvolver em nós uma maturidade crescente, um andar como Cristo, nosso coração deve estar confirmado com graça. A Lei de Deus não foi projetada para mudar o coração dos homens. A graça de Deus é a causa essencial e suficiente para produzir esta desejada obra de santidade. “O que vale é estar o coração confirmado com graça” (Hebreus 13.9).
            Uma vez mais temos uma convincente compreensão bíblica, a qual nos mostra que a graça não é apenas a provisão de Deus para perdoar e nos fazer nascer em sua família, mas a graça também é seu meio para fazer-nos crescer e amadurecer como seus filhos.
            Rendamos graças a Deus, nossa força, por realizar essa obra profunda de sua graça dentro de nosso coração. Firmemos o propósito de não ofendê-lo ou desonra-lo mediante uma vida imatura e instável. Roguemos seu perdão por nossas tentativas fracas e inúteis de mudar nosso próprio coração mediante nossos próprios esforços; e supliquemos por sua obra graciosa em nós, pois ela é nossa única esperança.

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