terça-feira, 4 de agosto de 2015

Graça e Boas Obras



Lemos, em 1 Coríntios 10, uma extraordinária confissão do apóstolo Paulo. Ele diz: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tomou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”.
A graça de Deus não é apenas sua dinâmica para produzir fruto espiritual em nossas vidas, ele também é seu meio de desenvolver boas obras em nós. O apóstolo Paulo dá um vigoroso testemunho desta verdade. Ele tomou-se o líder da igreja apostólica que se empenhou mais nas boas obras do que qualquer outro cristão. Ele afirma, “trabalhei mais do que todos eles”.
Ninguém trabalhou mais do que Paulo. Ele viajou pelo mundo conhecido pregando o evangelho. Ele discipulou no Senhor Jesus aos que lhe foram confiados. Ele reuniu os que creram em igrejas, agindo como seu primeiro pastor. A seguir, ele designou líderes e até mesmo as visitou em outras ocasiões, a fim de encorajá-las e treiná-las. Além disso, ele escreveu a maior porção do Novo Testamento, principalmente enquanto esteve preso.
Sim, Paulo trabalhou mais do que todos eles. Em outra carta ele escreveu, “Para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua efi­cácia que opera eficientemente em mim” (Colossenses 1.29). Em outro lugar ele afirmou, “Porque vos recordais, irmãos, do nosso labor e fadiga; e de como, noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus” (1 Tessalonicenses 2.9). Igualmente, ele escreveu aos cristãos em Corinto, “São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes.... em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cida­de, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns muitas vezes; em frio e nudez” (2 Coríntios 11.23, 26-27).
Quão surpreendente é aprender que Paulo não foi a causa por trás destas extraordinárias realizações. Isto dica claro em sua confissão, “todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”. Paulo empenhou-se por causa do evangelho de Jesus Cristo. Como um homem pode trabalhar tão ativamente e ainda não ser a causa desse empenho? A reposta encontra-se no restante de seu testemunho, “a graça de Deus comigo”. A graça de Deus que operava na vida de Paulo era a eficácia dinâmica que produziu aquele labor piedoso aqui na terra. Ele declara, “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou”. Se colocarmos nossa esperança no Senhor, sua graça se mostrará eficaz em nossas vidas também, dando-nos um testemunho semelhante ao de Paulo, “e a sua graça, que me foi concedida, não se tomou vã”.
O acesso a esta graça transformadora está, uma vez mais, ligada às duas realidades relacionais de humildade e fé. Paulo humildemente admitiu este fato, “todavia, não eu”. Ele também exerceu fé nesta verdade, “mas a graça de Deus comigo”.
                Clamemos ao Deus de toda graça que atue com sua graça em nossa vida, produzindo boas obras em abundância, tal como fez com Paulo. Desejemos, como Paulo, empregar nossa vida no serviço a Deus. Não precisamos ser o que Paulo foi, apenas necessitamos confiar na graça de Deus; a mesma graça que não foi inútil na vida de Paulo. Desse modo, humildemente, confessemos nossa incapacidade de realizar boas obras por nós mesmos, e confiemos na graça eficaz de Deus.

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