Encontramos nas Escrituras uma figura de extraordinária
beleza, profundidade e graça. No final da Festa dos
Tabernáculos, quando esta alcançava seu clímax, o Senhor Jesus repete de forma
dramática a mensagem que havia pregado à mulher samaritana (João 4.10-14), deixando
claro o significado de crer nele. “No último dia, o grande dia da festa,
levantou-se Jesus e exclamou: ‘Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê
em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.’ Isto
ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem;
pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido
ainda glorificado” (João 7.37-39).
Estas palavras de Jesus fornecem outra figura do que é
a plenitude do Espírito Santo, bem como do modo de caminhar nessa abundância
espiritual. Seus comentários são dirigidos àqueles que estão com sede: “Se alguém
tem sede”. Neste contexto espiritual, a sede pode falar da penosa aridez que
frequentemente acompanha a necessidade ou a carência. Pressões,
responsabilidades, ocupações, desapontamentos e preocupações com coisas
terrenas podem tomar a alma humana árida. Correspondendo a esta necessidade, a
sede pode se referir ao ávido desejo por aquelas bênçãos celestiais que trazem
refrigério e restauram nossa vida interior. Essas condições de sede aplicam-se
a todos nós em várias ocasiões.
Jesus nos fala exatamente como remediar essa sede. “Venha
a mim e beba”. Devemos levar essas necessidades ao Senhor Jesus Cristo e beber dele. Frequentemente tentamos satisfazer essa sede bebendo em outras
fontes. Pessoas sedentas ao redor do mundo tentam encontrar alívio de sua sede
por meio da educação, do trabalho, da religião, da política do entretenimento,
do dinheiro, das drogas e etc. Todas elas se deparam com a verdade que nosso
Senhor revelou à mulher samaritana junto ao poço: “Quem beber desta água tomará
a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá
sede, pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a
vida eterna” (João 4.13). Devemos levar nossa sede espiritual a uma pessoa, à “Pessoa”,
o Senhor Jesus.
Todavia, como fazemos para beber das fontes de Jesus
que saciam a sede? Ele indicou os meios na frase seguinte: “Quem crê em mim”.
Quando levamos nossas necessidades áridas e secas a Jesus e cremos que ele pode
satisfazê-las, bebemos do que somente o Senhor pode oferecer. Bebemos das
fontes de Cristo pela fé. Jesus incluiu esse discernimento em seu discurso
sobre o pão da vida. “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e
o que crê em mim jamais terá sede” (João 6.35).
Inquestionavelmente, Jesus sempre satisfaz a sede
legítima que levamos a ele. Todavia, há mais disponível aqui. Água espiritual
que Cristo fornece também atua dentro da alma sedenta, “a água que eu lhe der
será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (João 4.14). Esse suprimento
do Espírito Santo fomenta a vida abundante dentro do coração sedento. Finalmente,
essa fonte que cresce dentro de nós flui para outros. “Do seu interior fluirão
rios de água viva”. Os corações áridos e secos que vêm a Jesus em fé, não
apenas encontram satisfação para a sede, mas consequentemente derramam vida no
Espírito sobre outros.
Coloquemo-nos,
em oração, diante daquele que conhece os lugares secos de nossa vida. Levemos a
ele cada um desses lugares áridos, crendo que ele pode satisfazer essas
necessidades. Abramos nosso coração para a obra do Espírito Santo de saciar a
profunda sede de nosso coração; e louvemos ao Senhor pela expectativa de termos
nossa aridez transformada em torrentes de águas vivas para abençoar a outros.
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