“Assim, pois, amados meus, como
sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha
ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem
efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”
(Filipenses 2.12-13).
Temos considerado, a partir de
várias perspectivas, a grande verdade de que Deus deseja que cresçamos em
obediência a sua vontade. O senhorio de Jesus torna a desobediência inaceitável.
Observe o que ele diz: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que
vos mando?” (Lucas 6.46). Igualmente, nosso Senhor ensinou seus primeiros
discípulos a instruírem todos os futuros discípulos acerca da obediência,
dizendo: “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”
(Mateus 28.20a). Nossa presente passagem oferece um profundo discernimento
sobre este assunto ao descrever Deus trabalhando em nós para a obediência.
Observe: “Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a
sua boa vontade”.
Esse assunto é introduzido por uma intimação:
“desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor”. Observe, não somos chamados
para trabalhar por nossa salvação. A salvação é um dom ou dádiva da graça de
Deus, recebido gratuitamente pela fé. Como diz a Escritura: “Porque pela graça
sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras,
para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9). Entretanto, esse dom ou dádiva de
salvação que Deus nos tem dado por sua graça deve ser desenvolvido
(desenvolvido exteriormente) em uma vida obediente, uma vida que cumpre a “sua
boa vontade”.
Essa intimação deve ser tratada com
“temor e tremor”. Inicialmente, nossa tentação pode ser tratar esse requisito
com descarada autoconfiança. Eventualmente, começamos a entender que devemos
responder em “temor” (um respeito reverencial) e “tremor” (um profundo senso de
inadequação). A frase seguinte explica porque devemos nos engajar nesta
responsabilidade com tais atitudes incomuns: “porque Deus é quem efetua em
vós”, Se a salvação que Deus coloca em nosso interior precisa se transformar em
um andar visível que o agrada, ela será sempre o resultado de permitirmos que
ele faça uma obra contínua e profunda dentro de nós. Note as seguintes
afirmações da Escritura: “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de
Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente, lhes imprimirei as minhas
leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o
meu povo” (Jeremias 31.33); e, “estando já manifestos como carta de Cristo,
produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do
deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos
corações” (2 Coríntios 3.3). Este é o milagre da vida cristã. Um milagre
baseado na atuação de Deus dentro do nosso coração.
Por isso, em oração,
louvemos ao Senhor, nosso Deus, por sua preciosa dádiva de salvação derramada
em nosso coração; desejemos honestamente que essa dádiva seja trabalhada externamente
no sentido de produzir uma vida que seja agradável a ele; e roguemos que o
Senhor toque e molde as profundezas de nosso coração a fim de sermos obedientes
em todas as coisas.
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