sábado, 9 de janeiro de 2021

Mais ainda sobre Davi e a bondade do Senhor

             “Como é preciosa, ó Deus, a tua benignidade! Por isso, os filhos dos homens se acolhem à sombra das tuas asas. Fartam-se da abundância da tua casa, e na torrente das tuas delícias lhes dás de beber” (Salmo 36.7-8).

            Temos meditado, a partir de passagens do Antigo Testamento, sobre a bondade ou benignidade de Deus (um termo muito semelhante à palavra graça no Novo Testamento). Temos considerado textos extraídos da vida e do testemunho de Davi. Davi apreciava a bondade do Senhor, ele a considerava como um tesouro. Observe o que ele diz: “Como é preciosa, ó Deus, a tua benignidade!” Uma compreensão do longo alcance das implicações da bondade do Senhor lhe deu essa perspectiva. Davi aprendeu que a bondade do Senhor (seu amor zeloso e leal por seu povo) leva o coração a buscar a graciosa proteção de Deus. Como expressa Davi: “Por isso, os filhos dos homens se acolhem à sombra das tuas asas”. Davi também sabia que a bondade de Deus satisfaz plenamente a fome dos corações que buscam abundância do Senhor. Pois ele diz: “Fartam-se da abundância da tua casa”.

            O homem é muito pobre e necessitado, e Deus tem muito para dar. Dificilmente podemos exagerar as necessidades do homem. Somente os recursos de Deus podem ser exagerados. Palavras como “vazio” e “deficiência” descrevem a humanidade. Palavras como “plenitude” e “abundância” descrevem nosso Deus.

            Os homens dão início à sua existência em falência espiritual (nascem em pecado e estão sempre prontos para seguir a impiedade). Essa é uma dura, mas verdadeira, descrição da Bíblia acerca de nossa realidade. Como está escrito: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51.5), e “desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras” (Salmo 58.3). Para essas desesperadas necessidades, o Senhor tem bondade e salvação. Pois ele mesmo diz: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto” (Salmo 32.1), e “O Senhor é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo, o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte” (Salmo 18.2). Todavia, uma vez redimido, o homem deve continuar não olhando para si mesmo, nem para o mundo do qual ele veio.

            Davi ainda diz: “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água” (Salmo 63.1). Como Davi, devemos encontrar o que necessitamos na “abundância da tua (de Deus) casa”. Quando olhamos para a abundância de Deus e a buscamos para substituir nossa incapacidade, encontraremos hoje a mesma satisfação espiritual que Davi encontrou e da qual ele deu testemunho, dizendo, “Como de banha e de gordura farta-se a minha alma; e, com júbilo nos lábios, a minha boca te louva” (Salmo 63.5). Nós também nos regozijaremos, porque seremos abundantemente satisfeitos.

            Consequentemente, em oração ao Deus de abundância espiritual, reconheçamos que somos abençoados por pertencer a sua família; supliquemos que ele nos lembre continuamente de que o mundo e a carne estão falidos espiritualmente, que ele nos ensine a usufruir da abundância da sua casa mediante a humilde dependência dele, e que, toda vez que fizermos isso, nosso coração seja plenamente satisfeito.

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