sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Uma vez mais sobre Davi e a bondade do Senhor

             “Como é preciosa, ó Deus, a tua benignidade! Por isso, os filhos dos homens se acolhem à sombra das tuas asas. Fartam-se da abundância da tua casa, e na torrente das tuas delícias lhes dás de beber. Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz” (Salmo 36.7-9).

            À medida que caminhamos na leitura desses versículos, observamos que Davi confessa diante de Deus outra razão pela qual ele tinha esse anseio pela bondade ou benignidade de Deus. Ele diz: “E na torrente das tuas delícias lhes dás de beber” (Salmo 36.8b). Aqueles que atraídos para a bondade de Deus (desejando encarar a vida com base no compromisso de amor de Deus para com seu povo) encontram um rio espiritual agradável do qual pode beber pela fé.

            Este mundo é um lugar seco, desértico, espiritualmente falando. Como vimos, Davi entendeu isto claramente, pois ele disse: “Ó Deus, tu és p meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água” (Salmo 63.1). Neste mundo seco e árido, Davi experimentou muita angústia. Ele serviu a um rei que o perseguiu injustamente. Observe como a Escritura registra esse fato: “Viu Saul e reconheceu que o Senhor era com Davi; e Mical, filha de Saul, o amava. Então, Saul temeu ainda mais a Davi e continuamente foi seu inimigo” (1 Samuel 18.28-29). Davi teve uma esposa que zombou de seu amor por Deus. Novamente, a Escritura registra: “Ao entrar a arca do Senhor na Cidade de Davi, Mical, filha de Saul, estava olhando pela janela e, vendo ao rei Davi que ia saltando e dançando diante do Senhor, o desprezou no seu coração” (2 Samuel 6.16). Ele teve um filho que o traiu, usurpou seu trono e o perseguiu. A Escritura relata esse fato assim: “Levantando-se Absalão pela manhã, parava à entrada da porta; e a todo homem que tinha alguma demanda para vir ao rei a juízo, o chamava Absalão a si e lhe dizia: De que cidade és tu? Ele respondia: De tal tribo de Israel é teu servo. Então, Absalão lhe dizia: Olha, a tua causa é boa e reta, porém não tens quem te ouça da parte do rei. Dizia mais Absalão: Ah! Quem me dera ser juiz na terra, para que viesse a mim todo homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça! Também, quando alguém se chegava para inclinar-se diante dele, ele estendia a mão, pegava-o e o beijava. Desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo e, assim, ele furtava o coração dos homens de Israel” (2 Samuel 15.2-6).

            Na aridez destes relacionamentos infiéis, Davi buscou ao Senhor de modo ardente, dizendo: “A ti elevo as mãos; a minha alma anseia por ti, como terra sedenta” (Salmo 143.6). Em absoluto contraste com esse coração quebrantado e desapontamento humanos, Davi descobriu que a bondade do Senhor é como um rio que enche de deleites espirituais. Observe atentamente o que ele diz: “E na torrente das tuas delícias lhes dás de beber”. Ele descobriu que o Senhor é como uma fonte de vida verdadeira que flui continuamente. Ele acrescenta: “Pois em ti está o manancial da vida”. Na bondade ou na benignidade do Senhor Davi encontrou o amor leal, o compromisso firme e a graça abundante.

            Portanto, colocando-nos em oração diante de nosso Deus, o manancial da vida, reconheçamos que o mundo é como uma terra seca e deserta para nós também; reconheçamos que há nele oposição, rejeição e traição; expressemos nosso desejo de ir a ele, dia a dia, a fim de beber, pela fé, da bondade que somente ele pode conceder.

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