sábado, 17 de julho de 2021

Escárnio para o escarnecedor, graça para o humilde

             “Certamente, ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes” (Provérbios 3.34).

            As Escrituras enfatizam o compromisso do Senhor, nosso Deus, de derramar graça sobre aqueles que andam em humildade, enquanto se opõe ao caminho daqueles que andam em orgulho. Esta verdade é vista claramente nas Escrituras, que dizem: “Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tiago 4.6); “cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça” (1 Pedro 5.5b); e “O Senhor é excelso, contudo, atenta para os humildes; os soberbos, ele os conhece de longe” (Salmo 138.6). No texto que inicia essa presente meditação encontramos outro exemplo, onde a Escritura afirma categoricamente: “Certamente, ele escarnece dos escarnecedores, mas dá graça aos humildes” (Provérbios 3.34).

            Nos é dada neste texto a certeza absoluta de que o Senhor escarnecerá do escarnecedor. Observe com atenção, “Certamente, ele escarnece dos escarnecedores” (Provérbios 3.34a). O escarnecedor mostra desprezo arrogante para com o Senhor e para com os seus retos caminhos. Ele zomba da piedade e se gaba da perversidade. Ele escarnece do que é justo e reto, e se orgulha da maldade praticada. O Senhor, sem dúvida alguma, escarnece de tal pessoa. O Senhor os tratará com santo desdém. O Senhor rejeitará seus caminhos com santo desprezo.

            Para muitos de nós que temos uma inclinação para com o Senhor, andar de modo escarnecedor não representa um perigo plausível. Contudo, algo das atitudes relacionadas ao andar de modo escarnecedor pode tornar-se parte de nosso andar (mesmo que inadvertidamente). Orgulho e altivez são duas das mais comuns e mais mortais dessas atitudes. Pois a Escritura diz: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Provérbios 16.18). Estas nocivas companheiras podem ser resumidas como auto exaltação. Uma abordagem da vida como esta sempre resulta em ruínas devastadoras. Estas atitudes e suas consequências são ilustradas de modo mais completo pela história do próprio diabo. Antes de tornar-se o rebelde máximo contra Deus, ele era um ser angélico magnificente e privilegiado. O texto de Ezequiel 28.14-15, que fala de um rei humano, serve de ilustração do que aconteceu com esse ex-querubim; “Tu eras querubim da guarda do ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que fostes criado até que se achou iniquidade em ti.” Esta iniquidade, desenvolvida pelo diabo, foi a auto exaltação, a soberba. A Escritura deixa claro que o motivo da condenação do diabo foi a soberba; como está escrito, “Não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo” (1 Timóteo 3.6). Outro texto que ilustra a soberba e a consequente ruína do diabo, embora esteja primeiramente se referindo a um rei humano, é Isaías 14.12-14, que diz: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.” Esta altivez de exaltar-se a si mesmo o levou a uma queda desastrosa, a qual será concluída com seu lançamento no “lago de fogo e enxofre” por toda a eternidade; como está escrito: “O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 21.10).

            Escolhamos diariamente andar com os santos humildes de Deus, recusando-nos a nos juntarmos às fileiras dos orgulhosos, com seus projetos de autodesenvolvimento. Pois, como diz a Escritura, “Melhor é ser humilde de espírito com os humildes do que repartir o despojo com os soberbos” (Provérbios 16.19).

            Então, colocando-nos em oração diante do Senhor, nosso Deus Altíssimo, expressemos arrependimento pelas vezes em que exaltamos a nos mesmos por palavras, atitudes ou ações; renunciemos ao caminho arrogante do autodesenvolvimento tão difundido na humanidade; expressemos nosso desejo sincero de nos identificarmos com os santos humildes de Deus, olhando para o Senhor a fim de nos moldar e usar nossa vida mediante sua graça abundante.

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