Precisamos caminhar um pouco mais em nossa meditação sobre a relação da graça com o fruto espiritual. O Senhor nos
diz em sua Palavra: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode
o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós
o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos.
Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada
podeis fazer” (João 15.4-5).
Embora esses versículos não façam menção direta a graça, eles são uma
explicação clássica da graça que produz fruto na vida de pessoas. A linguagem
descreve uma videira, onde os frutos crescem nos ramos que estão apropriadamente
ligados a ela. Então, esta realidade física é aplicada figuradamente ao fruto
espiritual que se desenvolve em nossas vidas, se estivermos corretamente
ligados a Jesus.
Por meio desse ensino, nosso Senhor nos lembra de que os ramos literais não
são capazes de produzir fruto por si mesmos. Observe o que o Senhor Jesus diz: “Como
não pode o ramo produzir fruto de si mesmo”. Somos ramos espirituais,
igualmente não somos capazes de produzir qualquer fruto por nós mesmos. “Assim
nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim”. Sua afirmação é categórica.
De fato, nosso potencial de produzir um genuíno fruto espiritual é zero, pois
ele afirma: “Porque sem mim nada podeis fazer”. O máximo que podemos esperar
produzir são frutos religiosos de cera. Eles procedem de nossas tentativas
carnais para parecermos piedosos ou eficazes. As pessoas podem ser enganadas
por eles, mas Deus nunca o será. Além disso, as pessoas não podem ser
edificadas mediante sua participação neles, e Deus não pode ser glorificado por
meio deles.
O verdadeiro fruto resulta do contínuo desenvolvimento da vida. A vida é
inata apelas à videira, não aos ramos. Para uma videira desenvolver qualquer
ramo, a vida da videira deve fluir para o ramo e agir dentro dele. Assim
ocorre conosco. Note as palavras do Senhor “Eu sou a videira, vós, os ramos”.
Esta distinção é vital. Nunca devemos esquecer essa diferença, se desejamos
produzir fruto. A vida que necessitamos para frutificar está nele não em nós.
Sem ele e sem sua vida em nós, nada somos e nada podemos fazer.
Como nos beneficiamos desta vida que é essencial para gerar fruto? O Senhor
responde a essa pergunta dizendo: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós”.
Devemos olhar para Jesus para receber vida, confiar nele para que ele viva em
e através de nós. Então, sua vida, operando em nós, produz fruto de semelhança
a Cristo. Como sabemos que permanecemos nele? Se estamos dispostos a depender
de Jesus para produzir fruto espiritual como o ramo depende de sua videira para
produzir uvas então verdadeiramente permanecemos em Cristo. Essa dependência
leva à forte expectativa de grande medida da semelhança a Cristo ser
desenvolvida em e através de nós. Pois ele afirma: “Quem permanece em mim, e
eu, nele, esse dá muito fruto”.
Isto é claramente a graça em ação, como vista nas realidades relacionais de
humildade e fé. A humildade está em ação quando reconhecemos “Sem mim nada
podeis fazer”. A fé é exercida quando cremos que “Quem permanece em mim, e eu,
nele, esse dá muito fruto”.
Olhemos
para o Senhor Jesus, concordando humildemente com o fato de que não podemos
produzir fruto espiritual por nós mesmos; admitindo que, sem a sua atuação em
nós, nunca poderemos manifestar qualquer piedade genuína. Desse modo, com
grande expectativa, olhemos para Jesus, aguardando dele a provisão da vida que
necessitamos para produzir muito fruto.
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