Visto que temos falado
ultimamente do Espírito Santo e de sua plenitude, pode parecer que nos desviamos
de nosso assunto principal – a graça de Deus. Na verdade, isto não aconteceu,
uma vez que há íntima relação entre a graça de Deus e a vida no Espírito
Santo. Para mostrar essa conexão, vejamos o que a Escritura nos diz: “E sobre a
casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito
da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão
como quem pranteia por um unigénito e chorarão por ele como se chora
amargamente pelo primogênito” (Zacarias 12.10).
Vamos adotar
um olhar reflexivo em nossas meditações sobre o Espírito Santo como um
lembrete de que ainda estamos estudando sobre a graça de Deus. Pois, tendo
considerado como viver pela plenitude do Espírito, devemos examinar, agora,
como viver plenamente pela graça de Deus.
Em Zacarias 4.6, observamos a conexão entre viver pelo Espírito e viver pela graça de Deus. “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos
Exércitos”. O servir ao Senhor é acompanhado pela obra do Espírito em nossas
vidas e por meio delas, não pelas capacidades naturais. O versículo seguinte
reafirma esta verdade em termos da graça de Deus. Lemos: “Ele colocará a pedra de remate, em meio a aclamações: Haja graça e graça para
ela!” Cada tarefa realizada no serviço a Deus é acompanhada por
sua graça (recursos imerecidos de Deus), não por nossa ingenuidade ou mérito.
Vimos também
como a igreja primitiva experimentou esse relacionamento entre o Espírito e a
graça. “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos, todos ficaram
cheios do espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus. Com
grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e
em todos eles havia abundante graça” (Atos 4.31, 33). A intrepidez que eles experimentaram por meio do Espírito é
descrita como resultado da grande graça agindo sobre eles.
Jesus veio
estabelecer a nova aliança. “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue
derramado em favor de vós” (Lucas 22.20). Essa aliança foi caracterizada pela
graça, em contraste com a antiga aliança estabelecida por meio de Moisés. “Porque
a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio
de Jesus Cristo” (João 1.17). Essa nova aliança da graça também é a aliança do
Espírito. “Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa,
como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o
qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas
do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica” (1 Coríntios 3.5-6).
Quando o Senhor Jesus retomar
e Israel humildemente curvar-se diante dele como seu Messias, esta maravilhosa
resposta será o resultado do “Espírito da graça” (Zacarias 12.10) sendo
derramado sobre Israel. Este título glorioso, que identifica a graça com o
Espírito Santo, resume de modo belo a grande verdade de que viver pela graça e
andar no Espírito são duas perspectivas da mesma realidade preciosa.
Coloquemo-nos
diante do Deus de toda graça, expressando nosso desejo de viver por sua graça
dia a dia; agradecendo pelo fato de sua graça não ser meramente algum
princípio que devemos aplicar, mas uma fonte concedida por ele; e, por
conseguinte, suplicando que ele derrame sobre nós, em plenitude, o Espírito da
graça.
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