segunda-feira, 14 de março de 2016

Refletindo sobre o Espírito Santo e a graça



Visto que temos falado ultimamente do Espírito Santo e de sua plenitude, pode parecer que nos desvia­mos de nosso assunto principal – a graça de Deus. Na verdade, isto não aconteceu, uma vez que há íntima rela­ção entre a graça de Deus e a vida no Espírito Santo. Para mostrar essa conexão, vejamos o que a Escritura nos diz: “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigénito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito” (Zacarias 12.10).
Vamos adotar um olhar reflexivo em nossas me­ditações sobre o Espírito Santo como um lembrete de que ainda estamos estudando sobre a graça de Deus. Pois, tendo considerado como viver pela plenitude do Espírito, devemos examinar, agora, como viver plenamente pela graça de Deus.
Em Zacarias 4.6, observamos a conexão entre viver pelo Espírito e viver pela graça de Deus. “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”. O servir ao Senhor é acompanhado pela obra do Espírito em nossas vidas e por meio delas, não pelas capacidades naturais. O versículo seguinte reafirma esta verdade em termos da graça de Deus. Lemos: “Ele colocará a pedra de remate, em meio a aclamações: Haja graça e graça para ela!” Cada tarefa realizada no serviço a Deus é acompanhada por sua graça (recursos imerecidos de Deus), não por nossa ingenuidade ou mérito.
Vimos também como a igreja primitiva experi­mentou esse relacionamento entre o Espírito e a graça. “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos, todos ficaram cheios do espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça” (Atos 4.31, 33). A intrepidez que eles experimentaram por meio do Espírito é descrita como resultado da grande graça agindo sobre eles.
Jesus veio estabelecer a nova aliança. “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós” (Lucas 22.20). Essa aliança foi caracterizada pela graça, em contraste com a antiga aliança estabeleci­da por meio de Moisés. “Porque a lei foi dada por intermé­dio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (João 1.17). Essa nova aliança da graça também é a aliança do Espírito. “Não que, por nós mes­mos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica” (1 Coríntios 3.5-6).
Quando o Senhor Jesus retomar e Israel humil­demente curvar-se diante dele como seu Messias, esta maravilhosa resposta será o resultado do “Espírito da graça” (Zacarias 12.10) sendo derramado sobre Israel. Este título glorioso, que identifica a graça com o Espírito Santo, resume de modo belo a grande verdade de que viver pela graça e andar no Espírito são duas perspectivas da mesma realidade preciosa. 
Coloquemo-nos diante do Deus de toda graça, expressando nosso desejo de viver por sua graça dia a dia; agradecendo pelo fato de sua graça não ser mera­mente algum princípio que devemos aplicar, mas uma fonte concedida por ele; e, por conseguinte, suplicando que ele derrame sobre nós, em plenitude, o Espírito da graça.

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