“Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada
por causa das transgressões, até que viesse o descendente a quem se fez a
promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador. Ora o mediador
não é de um, mas Deus é um. É, porventura, a lei contrária às promessas de
Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida,
a justiça, na verdade, seria procedente de lei. Mas a Escritura encerrou tudo
sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo, fosse a promessa
concedida aos que creem” (Gálatas 3.29-22).
Em
nossa meditação anterior, vimos que executa seu plano de salvação mediante o
fazer e cumprir promessas. Seu plano não é contingente, ou dependente, da
capacidade do homem de cumprir satisfatoriamente sua santa Lei. Para colocar de
outro modo, a Lei de Deus (dada centenas de anos depois das promessas a Abraão)
não substitui aquelas promessas.
Isto
levanta uma pergunta muito importante: “Qual, então, o propósito da Lei?” “Para
que ela serve?” Se a Lei de Deus não cancela nem reajusta suas promessas a
Abraão, então, por que ela foi adicionada? A Escritura responde a essas
perguntas, dizendo: “Foi adicionada por causa das transgressões.” Deus desejava
que as pessoas soubesses que possuem um gravíssimo problema: o pecado. O pecado
do homem precisa ser claramente definido, como está escrito: “Visto que ninguém
será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o
pleno conhecimento do pecado” (Romanos 3.20). A extensão do pecado nunca seria
conhecida plenamente sem a Lei. Observe o que a Escritura afirma: “Que diremos,
pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado,
senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não
dissera: Não cobiçarás” (Romanos 7.7). Igualmente, Deus queria que todos neste
mundo soubesses que são responsáveis diante dele por suas transgressões. Assim,
a Lei condena a pecaminosidade do homem; como diz a Escritura: “Ora, sabemos
que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda
boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus” (Romanos 3.19).
Há
outra importante questão levantada por isto. “A Lei, então, é contrária às
promessas de Deus?” A Lei não substitui as promessas de Deus, mas ela trabalha
contra suas promessas? Certamente que não. A Lei de Deus e as promessas de Deus
possuem simplesmente propósitos diferentes (assim como acontece com a Lei e a
graça). A Lei de Deus revela a santidade que é inerente ao caráter de Deus. Ao
mesmo tempo, ela descreve a vida santa que Deus requer que seu povo viva.
Observe a declaração da Escritura: “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso
Deus, sou santo” (Levítico 19.2). As promessas de Deus tornam-se os meios pelos
quais o homem lida com sua falta de santidade e acesso à santidade de Deus. É
isto que a verdadeira vida espiritual significa: perdão do pecado e vida de
justiça em Cristo. Isto não pode ser alcançado mediante o cumprimento da Lei.
Como está escrito: “Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a
justiça, na verdade, seria procedente de lei” (Gálatas 3.21). Pelo contrário, a
promessa de vida é obtida somente pela fé. Pois está escrito: “Mas a Escritura
encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo, fosse a
promessa concedida aos que creem” (Gálatas 3.22).
Sendo assim, em oração
ao Deus santo, confessemos que não há em nossos próprios recursos naturais
santidade inata; reconheçamos que somente podemos encontrar o perdão e a
verdadeira justiça nele; supliquemos que ele nos ajude a compreender a
diferença entre a sua Lei, que nos condena, e suas promessas, que nos trazem
vida por meio de Cristo Jesus.
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