quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Mais sobre a mui preciosa promessa de vida compartilhada

            “Pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos das paixões que há no mundo” (2 Pedro 1.4). “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, essa dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.4-5).

            Essa promessa de vida compartilhada faz parte, então, das “preciosas e mui grandes promessas”, que fazemos bem considerar um pouco mais. Ser “coparticipante da natureza divina” (sem tornarmo-nos nós mesmos divinos) é um conceito difícil de compreender. As Escrituras claramente nos convidam a viver dia a dia por meio de Cristo compartilhando sua vida conosco. Observe com atenção o que a Escritura diz: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2.20a). Todavia, como o andar nesta verdade pode parecer muito evasivo, precisamos de algo mais concreto para nos ajudar no seu entendimento. Por isso, em seu ensino sobre a videira e os ramos, Jesus forneceu uma maravilhosa ilustração natural desta tremenda realidade espiritual.

            O exemplo visível de Jesus envolve videira, ramos e uvas, que são o potencial resultado. Para que as uvas cresçam, um fluxo de vida apropriado deve estar disponível e desenvolvendo-se para a maturidade. Os ramos não possuem esta vida em si mesmos. O Senhor Jesus diz: “Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo” (João 15.4b). A fim de produzir uvas, os ramos devem participar da vida da videira. Como ensina o Senhor: “se não permanecer na videira” (João 15.4c). Esta verdade pode ser demonstrada de forma irrefutável mediante o separar um ramo de sua videira. Nenhuma uva jamais será produzida nos ramos se a vida da videira não estiver fluindo através dos ramos. A vida da videira é essencial.

            A aplicação espiritual refere-se a Jesus como a videira, e a nós como os ramos. Pois está escrito: “Eu sou a videira, vós, os ramos” (João 15.5a). Para que o fruto semelhante ao de Cristo seja desenvolvido em nós, a vida apropriada deve estar disponível a nós e amadurecendo em nós. Nós, os ramos, não temos vida em nós mesmos, por isso “nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim” (João 15.4d). Essa verdade é demonstrada diariamente de modo lamentável por cristãos que vivem de modo autossuficiente, não dependendo da vida que está em Cristo, a videira. A declaração de Jesus é enfática, ele diz: “Porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.5b). A vida cristã no dia a dia somente é possível por meio da vida compartilhada de Jesus em ação através de nós.

            Uma vez mais, somos lembrados de que a humildade e a fé são as aplicações práticas para se viver como Deus planejou. Devemos depender humildemente de Jesus, a fim de termos uma vida frutífera verdadeira, exatamente como os ramos devem depender de suas videiras para produzir uvas.

            Portanto, em oração, rendamos graças a Deus por não termos de produzir vida verdadeira em nós mesmos ou por nossos próprios recursos; supliquemos que o Senhor nos ensine a viver por meio de sua vida compartilhada; firmemos o propósito de permanecer nele humilde e dependentemente, a fim de desfrutarmos sua vida em nós e por nosso intermédio.

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