quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

A Nova Aliança Inaugurada para a Igreja

            A Carta aos Hebreus, falando sobre a nova aliança, afirma: “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas” (8.6); “E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto, após ter dito: ‘Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei’” (10.15-16); e “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne” (10.19-20).
            Esta nova aliança, que foi prometida a Israel, finalmente foi inaugurada para a Igreja. A Carta aos Hebreus documenta este fato repetidamente. “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas”. Aqui, em hebreus 8.6, a nova aliança é apresentada como uma “aliança superior”. Em seguida, a instituição desta nova aliança é descrita como tendo ocorrida no passado, “instituída”. Portanto, ela já se encontra em operação na Igreja.
            Em Hebreus 10.16, é citada a promessa da nova aliança encontrada em Jeremias 31. “Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobra a sua mente as inscreverei.” No versículo anterior (15), é revelado que esta citação de Jeremias é, de fato, uma mensagem do Espírito Santo para nós, a Igreja de Jesus Cristo. “E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo”.
            Além disso, em hebreus 10.19-20, a nova aliança é aplicada ao acesso dos “irmãos” (a Igreja, os filhos de Deus) a seu santo Deus e Pai. “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne”. Por meio de sua morte na cruz, Jesus consagrou (isto é, inaugurou, instituiu, estabeleceu, colocou em operação) a nova aliança para nós, hoje.
            Certamente, tudo isto se encaixa perfeitamente na aplicação da nova aliança à celebração da Santa Ceia do Senhor pela Igreja. “Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo, Este cálice é a nova aliança no meu sangue” (1 Coríntios 11.25).

            Rendamos glórias a Deus, e nos regozijemos com grande alegria pelo fato de sua nova aliança de graça ser a maravilhosa maneira pela qual somos convidados ao relacionamento com Deus. Nesta rica aliança encontramos o perdão de todos os nossos pecados. Louvemos a Deus, pois, neste generoso arranjo podemos crescer na intimidade com ele. Bendigamos ao seu nome, visto que nesta generosa provisão Deus começa a mudar-nos e a capacitar-nos desde o mais íntimo do nosso ser, desde o coração. Glorifiquemos seu santo nome para todo o sempre.

domingo, 14 de dezembro de 2014

A Promessa de uma Nova Aliança

Por meio de Jeremias, Deus prometeu uma nova aliança da graça a seu povo, Israel. “Eis aí vêm dias, diz o Senhor, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, dia o Senhor. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: ‘Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei’ ” (Jeremias 31.31-34).
         Essa promessa diz respeito ao povo de Deus: Israel e a Igreja. Quanto a Israel, o Senhor disse: “firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá”. Na época de Jeremias, o povo de Israel estava dividido em dois reinos, o do Norte (Israel) e o do Sul (Judá), e ambos haviam anulado a aliança feita pelo Senhor com seus pais. Portanto, em pecado e com o relacionamento com Deus rompido.  Algum dia, no futuro, os israelitas retornarão ao Messias como um grupo, os dois reinos reunidos em um só, e entrarão nesta prometida aliança da graça. “E assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: ‘Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados’ ” (Romanos 11.26-27). Isto acontecerá quando o Senhor Jesus retornar a esta terra. “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito” (Zacarias 12.10).
Entretanto, a Igreja do Senhor Jesus, que consiste de todos os judeus e gentios crentes em Cristo, já tem a nova aliança instituída para ela. “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós” (Lucas 22.20).
Observe a surpreendente tripla provisão que esta nova aliança oferece, pela fé, a todos os cristãos hoje. Primeira, há o perdão dos pecados, “Perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei”. Por meio do sacrifício expiatório de Jesus Cristo, no calvário, Deus concede o perdão dos pecados ao que crê em seu Filho como único e suficiente Salvador. Segunda, há a oportunidade de se ter um íntimo relacionamento com Deus, “Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.... Todos me conhecerão”. Por meio de Cristo é estabelecido um relacionamento de comunhão e conhecimento mútuo entre Deus e a pessoa que crê. Terceira, há a operação interna do Senhor Deus todo-poderoso, que capacita e muda a vida das pessoas a partir do mais íntimo do seu ser, “Nas mentes, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei”. Por meio da ação graciosa e poderosa do Espírito Santo, Deus muda o homem a partir do seu coração, e o capacita a viver segundo as suas santas e perfeitas leis.
Rendamos graças a Deus pelo fato de suas provisões da nova aliança serem surpreendentes em sua riqueza. Perdão de pecados, comunhão e transformação interior, todas essas coisas são nossas mediante a fé em seu Filho, Jesus Cristo, nosso Salvador. Que graça generosa o Senhor torna disponível a nós em Cristo! Precisamos dessas três provisões que somente Deus pode dar. Oremos, clamando pelo dom do perdão de pecados; buscando aprofundar o dom da comunhão com Deus; e confiemos nele para termos nossa vida mudada, de dentro para fora, segundo a sua vontade. Lembrando-nos de que tudo é pela graça de nosso Senhor Jesus Cristo.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Lei e Graça, Antiga Aliança e Nova Aliança

            Lei e graça, Antiga e Nova Alianças, duas verdades preciosas da Escritura. Elas podem, à primeira vista, parecer antagônicas e contraditórias, contudo não são. Antes, completam-se de modo maravilhoso.
Três porções da Escritura devem ser trazidas à memória. Em Deuteronômio 9.11 lemos: “Ao fim dos quarenta dias e quarenta noites, o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, as tábuas da aliança”. O apóstolo João registra: “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (João 1.17). E Lucas, ao registrar a instituição da Santa Ceia diz: “Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: ‘Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós’ ” (Lucas 22.20).
            Em nossas meditações acerca da Lei e da graça, também temos considerado (embora ainda que não mencionando) as principais características da Antiga Aliança e da Nova Aliança. Quando o Senhor escreveu a mensagem de sua Lei sobre duas tábuas de pedra e as deu a Moisés, ele fixou os termos da Antiga Aliança. Esse é o ensino encontrado em Deuteronômio: “O Senhor me deu as duas tábuas de pedra, as tábuas da aliança”. Quando Jesus veio ao mundo para morrer sobre a cruz, o Senhor estabeleceu uma Nova Aliança. Esse é o ensino encontrado em Lucas: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue”.
            Estas duas alianças, da Lei e da graça, apresentam um dos temas mais contrastantes na Palavra de Deus. “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”. Compreender as diferenças entre estas duas alianças é da maior importância para se viver a vida cristã como Deus a propõe.
            A Lei de Deus nos revela que ele quer que a santidade caracterize nosso modo de vida. Somente a graça de Deus pode produzir tal justiça e santidade em nossa vida. A Lei de Deus nos revela que ele deseja que um amor semelhante ao de Cristo permeie nossas atitudes e relacionamentos. Somente a graça de Deus pode desenvolver este amor em nós. A Lei de Deus nos revela que ele deseja que as perfeições do Pai germinem e cresçam em nós. Somente a graça de Deus é suficiente para executar este processo de transformação.
            A Lei de Deus é o “O que?”; a graça de Deus é o “Como”. A Lei de Deus revela o pecado; a graça de Deus traz o perdão para o pecado. A Lei de Deus indica o problema do homem; a graça de Deus provê o remédio de Deus para esse problema. A Lei de Deus exige realização por parte do homem; a graça de Deus oferece a provisão gratuita de Deus.
            A Lei de Deus é o padrão; a graça de Deus é o modo. A lei de Deus é a vara de medida espiritual que avalia a vida; a graça de Deus é o nutriente que produz a vida espiritual. A Lei de Deus nos revela o caráter de Deus; a graça de Deus reproduz este caráter em nós. A Lei de Deus é o efeito que Deus deseja ver; a graça de Deus é a causa que gera este efeito.
            Clamemos ao Deus da verdade, para que ele nos ajude a distinguir corretamente a sua verdade; para que ele ilumine nosso entendimento espiritual, a fim de compreendermos cada vez mais as diferenças entre a Lei e a graça; para que ele nos mostre as implicações da Antiga e da Nova Alianças; e para que sua Palavra nos impressione com a grande importância dessas questões. Rendamos graças ao Senhor, nosso Deus, por sua paciência para conosco, em virtude de nossa negligência ou confusão sobre esse assunto. Estabeleçamos, honestamente, o propósito de viver uma vida justa e santa, e de aprender o caminho da humilde dependência da gloriosa graça de Deus, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Justiça por meio de Cristo em santificação

            Aprendemos, por meio da Bíblia, que o homem é justificado, ou declarado justo diante de Deus, pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo. Contudo, a Escritura vai mais adiante e ensina que pela graça de Deus, mediante a fé em Cristo, somos transformados em pessoas realmente justas por meio da obra santificadora do Espírito Santo. “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8.3-4).
Como é maravilhoso ser “justificado gratuitamente por sua graça” (Romanos 3.24). Que grande consolo e encorajamento encontram-se no fato de a justiça de Cristo ser atribuída a nós como um ato da graça imensurável de Deus. Todavia, que desapontamento e desencorajamento estão reservados para nós se não aprendermos que Deus deseja santificar-nos gratuitamente por sua graça também. O Senhor deseja não apenas nos declarar justos aos seus olhos, mas tornar-nos santos. Este plano de Deus, como é de se esperar, depende da obra de Jesus Cristo.
            Na questão da justificação, bem como na santificação, a Lei possui uma fraqueza. Esta fraqueza reside no fato de que os recursos naturais do homem, a carne, não são suficientes para fazer o homem viver à altura dos padrões de Deus. Não somos capazes de ser santos e de viver em santidade por meio de nossos próprios esforços. Assim, para cumprir o que a Lei nunca poderia fazer, Deus enviou seu Filho. “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado”.
            Jesus veio como homem e morreu na cruz para erradicar as consequências do pecado. A morte de Cristo proveu justificação para todo aquele que nele crê. Todavia, o versículo seguinte revela que, por meio de sua morte sacrificial na cruz, a santificação prática encontra-se disponível dia a dia por meio da fé no Senhor Jesus. “A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.
            A palavra “andamos” torna Romanos 8.4 um versículo sobre santificação, não sobre justificação. A justificação ocorre no momento em que se crê em Jesus Cristo. A santificação é um processo, ela começa no momento em que se crê em Jesus e continua passo a passo, dia a dia, por toda a vida do cristão.
            Pense sobre esta grade verdade. A graça de Deus provê o caminho para que “o preceito da Lei” se cumpra em nós. Lembre-se que a exigência celestial é “seja santo”, seja como Cristo. Visto que não somos capazes de ser santos por nós mesmos, o Senhor Deus enviou seu Filho, a fim de realizar o “seja santo” em nós. Esta transformação ocorre diariamente na vida de todo cristão que não anda “segundo a carne, mas segundo o Espírito”. Se rejeitarmos os recursos naturais do homem e confiarmos no Senhor Jesus  passo a passo ao longo da vida, seu Espírito Santo realizará sua obra santificadora em nós pela graça de Deus.
Rendamos graças ao Senhor de toda compaixão e generosidade, que oferece a nós graça abundante, a graça que justifica e que santifica. Reconheçamos quão tolas e desnecessárias são nossas tentativas fúteis para cumprir os elevados requisitos da sua santa lei por nossos próprios esforços débeis. Pensemos em quão emocionante e encorajador é ver que o Senhor proveu uma maneira graciosa e eficaz para crescermos na semelhança a Cristo. Coloquemos nossa esperança de crecimento em santificação na obra insubstituível do Espírito Santo em nós.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Justiça por meio da Justificação em Cristo

            A Escritura nos ensina que não cumprimos a Lei de Deus representados em Adão, nosso representante federal, e que não conseguimos cumprir a Lei de Deus em nossa própria vida atual; portanto, somos pecadores e estamos condenados à morte (Romanos 6.23). Ela nos ensina, também, que a Lei de Deus é como um aio que nos conduz a Cristo, a fim de aprendermos dele como obedecer a Lei. A Bíblia nos ensina, ainda, que Jesus Cristo cumpriu toda a Lei de Deus, mediante uma obediência ativa e passiva.
Agora, a Escritura nos ensina que a justiça de Cristo é atribuída àqueles que creem nele e, desse modo, somos feitos cumpridores da Lei. Ela diz: “Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3.21-24).
            A maneira básica pela qual Jesus cumpre a Lei de Deus por nós é ao justificar-nos “gratuitamente, por sua graça”. Ele faz isto ao oferecer-nos “a justiça de Deus mediante a fé”, isto é, a justificação ou o ato de Deus nos declarar justos aos seus olhos, é recebida quando cremos em Jesus Cristo e em sua obra redentora (Romanos 5.1).
            No evangelho de Jesus Cristo, a justiça de Deus que se manifestou sem lei, isto é, no que diz respeito a nós, a justiça de Deus é uma manifestação da sua graça. Essa é a mesma justiça sobre a qual a Lei fala, isto é, ela é “testemunhada pela Lei”. Contudo, a justiça é um padrão impossível de ser alcançado na Lei. No evangelho, entretanto, é um presente gracioso, o qual é oferecido ao homem morto em seu pecado.
            Este presente de justiça está disponível a todo aquele que crê, a todos que colocam sua confiança unicamente no Senhor Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor. Este presente, é claro, é gratuito para seus recebedores. Todavia, ele se tornou disponível a grande custo ao doador. Este presente custou ao Pai seu único Filho. Este presente custou ao Filho sua própria vida, quando ele pagou o preço de redenção para comprar-nos do mercado da escravidão do pecado e da morte.
            Cada ser humano precisa que este preço de redenção seja pago em seu favor. “Porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”. Agora, para todo aquele que crê no Senhor Jesus, a justiça de Deus é imputada a ele, isto é, é creditada como um presente em sua conta celestial, pois Deus declara como justo aos seus olhos todo aquele que confia em Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador e Senhor. Dessa forma, o Senhor Deus nos justifica “gratuitamente, por sua graça”. O Senhor nos declara justos em virtude do que ele nos dá “a justiça de Deus mediante a fé” (Efésios 2.8-9).
            Sejamos gratos a Deus porque sua mensagem de justiça não veio somente por meio da Lei, pois, de outra forma, estaríamos condenados para sempre. Sejamos gratos a Deus por falar-nos de sua justiça mediante o glorioso evangelho da graça, pois agora somos justos aos seus olhos por meio da fé em seu Filho Jesus Cristo. Lembremo-nos de que a justiça que precisamos para a santificação diária também vem de Jesus, mediante esta mesma graça e do mesmo tipo de confiança. Alegremo-nos com esta boa nova, a boa nova do evangelho, e exaltemos o nome de Deus por meio de Cristo Jesus, nosso Senhor.

domingo, 26 de outubro de 2014

Jesus Cumpriu a Lei

            Conhecemos as exigências da santa e justa Lei de Deus. Sabemos que a Lei não nos capacita para cumpri-la. Sabemos, também, que ela nos convence de nossa rebeldia e que ela nos leva a Cristo. Temos ciência, igualmente, de nossa incapacidade em cumprir as exigências da Lei e de nossa responsabilidade em fazê-lo. Como resolver esse problema? Devo cumprir a Lei, mas não sou capaz de fazê-lo. Estou condenado para sempre, sem qualquer esperança?
Em resposta a essa pergunta, a Escritura diz: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” (Mateus 5.17). O padrão da Lei de Deus é infinitamente alto e sublime: “seja santo, ame, seja perfeito”. Isto ocorre porque a Lei reflete o próprio caráter de Deus. À luz disso podemos perguntar se há algum caminho para que a Lei seja cumprida. Como as justas exigências da Lei podem ser cumpridas em nossas vidas? A resposta a esta pergunta vital está contida na verdade de que Jesus veio para cumprir a Lei.
            Pense em quão abrangente foi o cumprimento da Lei por parte de Jesus. Ele cumpriu a Lei em sua vida, tornando-se nosso exemplo. A Escritura declara enfaticamente que Jesus foi “obediente até à morte, e morte de cruz” (Filipenses 2.8); que Jesus “não conheceu pecado” (2 Coríntios 5.21). Quando Jesus viveu neste mundo, ele nos mostrou o que a vida poderia ser se alguém pudesse sempre e de todos os modos viver à altura dos padrões celestiais de Deus. O testemunho de Jesus era: “E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada” (João 8.29).
            Além disso, ele cumpriu a Lei em sua morte, tornando-se nosso sacrifício substitutivo. A Lei inclui uma punição pela violação, e esta punição é a morte. “Eis que todas as almas são minhas: como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18.4). “Porque o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23a). A morte era a sentença que pairava sobre nossas cabeças. Porém, como poderíamos ser salvos se devíamos morrer? Jesus, por amor, morreu em nosso lugar para sofrer a punição que era nossa. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8). Ele morreu a nossa morte para que possamos viver a sua vida.
            Mais ainda, ele deseja cumprir a Lei agora em nossa experiência diária, sendo nossa vida. “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória” (Colossenses 3.4). Cristo, que é a nossa vida, deseja viver em e através das vidas de seus discípulos, enquanto colocamos nossa fé nele. “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2.19-20).
            Sim, Jesus cumpre a Lei abrangentemente! Ele a cumpriu em sua vida, obedecendo a Lei de Deus em todos os seus aspectos. Ele a cumpriu em sua morte, sofrendo a merecida punição pelo pecado. Ele deseja continuar cumprindo a Lei de Deus na e por meio da vida de seus discípulos.
            Rendamos graças a Deus por sua maravilhosa graça, pela completa provisão concedida por sua graça. Por meio da obra de Jesus, nosso Senhor, a Lei foi cumprida. Todas as suas santas exigências foram satisfeitas a nosso favor. Nossa falha em obedecer a Lei foi plenamente coberta por sua graça. Rendamos graças ao Senhor Jesus Cristo, por ter ele sofrido a punição pelos pecados em nosso lugar. Oremos, suplicando que ele opere em nós o querer e o efetuar crescer na vida justa e santa que ele viveu, e que a Lei descreve, a qual se encontra disponível a nós por sua graça. Olhemos para Jesus, busquemos nele a capacitação e deixemos que ele viva sua vida em nós e por nosso intermédio. Deixemos que ele habite em nosso coração e mude nossas atitudes, palavras, relacionamentos e ações.

domingo, 19 de outubro de 2014

A Lei Convence o Rebelde


            Nas meditações anteriores, falamos sobre a capacidade geral da Lei e se sua ação em produzir responsabilidade pelo pecado. Contudo, a capacidade ou utilidade da Lei não se resume a essas duas coisas. Ela possui a capacidade de convencer o homem de sua rebeldia.
 A Escritura diz: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina, segundo o evangelho da glória do Deus bendito, do qual fui encarregado” (1 Timóteo 1.8-11). “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei” (Gálatas 5.18).
            Embora a Lei dada por Deus tenha algumas incapacidades, todavia, ela é boa. Esse é o ensino bíblico em Romanos 7.12, onde lemos: “Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo, e bom”. Ela possui cartas capacidades se utilizada de modo correto, observe a afirmação encontrada em 1 Timóteo 1.8-9, “se alguém dela se utiliza de modo legítimo”. Essa afirmação indica que a Lei pode ser aplicada de modo legítimo ou de modo não legítimo. Uma aplicação não legítima da lei é usá-la para obter a justificação, uma declaração de ser reto aos olhos de Deus. Se alguém pensa que sua tentativa de obediência à Lei de Deus pode assegurar um veredito de “não culpado”, essa pessoa está fazendo uso não legítimo da Lei. Esse é um uso equivocado da Lei, além de ser proibido pelas Escrituras.
            Outra aplicação não legítima da Lei de Deus é usá-la para obter santificação ou crescimento espiritual progressivo no Senhor. Se uma pessoa imagina que pode crescer em piedade ou santidade mediante seus melhores esforços de viver à altura da Lei, igualmente está equivocado e fazendo uso ilegítimo da Lei. Isto também é proibido pela Palavra de Deus.
            A Lei, afirma 1 Timóteo 1.8-9, é “para os transgressores e rebeldes”. A Lei de Deus é para aqueles que são rebeldes em seu coração à vontade e aos caminhos de Deus. Esta verdade, nesta interpretação básica, é dirigida aos incrédulos, “aos irreverentes e pecadores”. Vemos aqui, então, que a Lei de Deus é apta para convencer o rebelde incrédulo de sua rebeldia contra um Deus santo. Essa é uma aplicação legítima da Lei. A Lei convence o ser humano de sua transgressão, rebeldia, irreverência, pecaminosidade, impiedade, profanação e de tudo que é contrário à doutrina saudável e sadia.
            Entretanto, por implicação, há um aspecto dirigido ao cristão também aqui. No que diz respeito a Deus, nós não estamos “debaixo da lei, e sim da graça” (Romanos 6.14). Todavia, somente aquele que caminha segundo a plenitude do Espírito goza das bênçãos diárias desta realidade. “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei” (Gálatas 5.18), é a declaração das Escrituras. Quando os discípulos do Senhor Jesus andam de acordo com a carne, eles se colocam na prática sob um código de conduta. Eles colocam-se a si mesmos sob a lei para praticá-la dia a dia. A mensagem da Lei, que é para o rebelde, também tem a capacidade de expor esta condição inaceitável dentro da vida de um cristão que se considera autossuficiente.
            Reconheçamos, diante do Deus de toda graça, que anteriormente vivemos em rebelião contra ele, que fomos convencidos pelo Espírito Santo de nossa rebeldia de autojustificação contra sua Lei santa, e que fomos justificados somente por sua graça quando clamamos pela fé por seu Filho. Roguemos ao Senhor, pedindo sinceramente que nos convença de erro naquelas ocasiões em que tentarmos viver pelos recursos de autojustificação de nossa própria carne; reconhecendo que necessitamos ser santificados dia a dia por sua graça, assim como fomos justificados pela graça; e clamemos para que essa graça esteja sempre disponível a nós em Jesus Cristo.

domingo, 12 de outubro de 2014

A Lei Tutoria a Pessoa até Cristo


            Consideramos, primeiramente, as exigências da Lei de Deus: seja santo, ame e seja perfeito. Em seguida, refletimos sobre a incapacidade da Lei para justificar e santificar. Depois, ponderamos sobre a capacidade geral da Lei e sobre sua ação que produz responsabilidade pelo pecado. Agora, resta-nos refletir sobre sua última habilidade.
As Escrituras dizem: “De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio” (Gálatas 3.24-25). A última habilidade da Lei de Deus é sua capacidade de tutelar a pessoa até Cristo. “A lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo”. É plano de Deus usar sua Lei para nos informar acerca de nossa grande necessidade de Cristo.
Lembre-se do resumo da Lei de Deus: seja santo, ame e seja perfeito. A lei exige que sejamos santos. Somos convencidos por ela que não somos santos. Desse modo a Lei nos diz: “Você precisa de Jesus Cristo”. A Lei requer que amemos a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Compreendemos, por meio dela, que não amamos a Deus e ao próximo como deveríamos. Desse modo a Lei nos diz: “Você precisa de Jesus Cristo”. A Lei insiste em que sejamos perfeitos. Sabemos, ao comparar nossos pensamentos, palavras, ações e reações com a Lei, que não somos perfeitos. Desse modo a Lei anuncia: “Você precisa de Jesus Cristo”.
Nesse processo, a Lei age como um tutor (aio), instruindo a pessoa acerca de sua necessidade daquilo que somente Jesus pode dar por meio da sua graça. O “aio” era um escravo responsável pela educação da criança na Grécia antiga. Cabia a ele levar a criança à escola, acompanhar seus estudos e cuidar de seu comportamento. A Lei de Deus é nosso tutor, que nos leva à escola de Cristo e nos faz ver nossa completa necessidade dele para sermos santos, para amarmos e para sermos perfeitos.
            Depois que respondemos à obra de tutela da Lei e somos levados a Cristo, não estamos mais sob sua tutela. Depois que exercemos o dom da fé em Jesus Cristo, deixamos de estar sob a tutela da Lei. “Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio” (Gálatas 3.25).
            Exercendo sua tutela a Lei nos disse para sermos santos e, visto que não éramos santos, ela nos levou a Cristo dizendo que precisávamos dele. Nós fomos a Cristo e confiamos nele para nossa santificação pessoal: “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: ‘Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor’” (1 Coríntios 1.30).
            Exercendo sua tutela a Lei nos disse para amarmos a Deus e ao próximo e, visto que não amávamos, ela nos levou a Cristo dizendo que precisávamos dele. Nós fomos a Cristo e confiamos no Espírito de Cristo para possuir amor que nossas vidas devem exibir: “Ora a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5.5); e “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gálatas 5.22-23).
            Exercendo sua tutela a Lei nos disse para sermos perfeitos e, visto que não somos perfeitos, ela nos levou a Cristo dizendo que necessitávamos dele. Nós fomos a Cristo e confiamos no Senhor para todo o processo de aperfeiçoamento: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo” (Filipenses 1.6).
            Rendamos graças a Deus por usar sua Lei como tutor para nos levar a Jesus Cristo. Por sua eficácia em sua função de mostrar nossa necessidade do Salvador. Reconheçamos que não precisamos mais desse tutor, uma vez que já temos Jesus Cristo, o Salvador, e estamos justificados nele. Confiemos somente em Jesus Cristo para sermos santos, para amarmos e para sermos perfeitos.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A Capacidade Geral da Lei

Falamos da incapacidade da Lei em termos gerais, da incapacidade da Lei em termos de justificar o homem diante de Deus, e da incapacidade da Lei em termos de tornar o homem santo. Agora, devemos tecer alguns comentários acerca da capacidade da Lei, pelo menos em termos gerais.
No Segundo Discurso de Moisés, dirigido a Israel antes de sua entrada na terra prometida e registrado em Deuteronômio, lemos: “Deu-me o Senhor as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e, nelas, estavam escritas todas as palavras segundo o Senhor havia falado convosco no monte, do meio do fogo, estando reunido todo o povo” (Deuteronômio 9.10). No Sermão do Monte, o Senhor Jesus apresenta a interpretação correta da Lei escrita pelo dedo de Deus. Para citar apenas um exemplo, ele diz: “Ouvistes que foi dito: ‘Não adulterarás’. Eu, porém, vos digo: ‘qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela’ ” (Mateus 5.27-28).
            Embora a Lei de Deus seja incapaz de justificar ou de santificar, ela possui uma capacidade estratégica no plano de Deus para o homem. Estes versículos da Torá e do Sermão do Monte nos ajudam a refletir sobre esse assunto. Estas duas sessões da Bíblia dizem respeito à Lei de Deus. Torá é a palavra hebraica para lei, ela é aplicada aos cinco primeiros livros da Bíblia (Gênesis a Deuteronômio). Estes livros fornecem uma extensa explicação da mensagem da Lei de Deus. O Sermão do Monte (Mateus 5-7) contém o esclarecimento do entendimento humano da Lei dado por Jesus.
            Quando estas porções da Bíblia são lidas, ou ensinadas, a capacidade geral da Lei entra em operação. Nestas passagens encontram-se revelados o próprio caráter e vontade de Deus. A mensagem relacionada às “duas tábuas de pedra” fala do caráter de Deus, “Eu, o Senhor, teu Deus, sou santo”. O resumo desta mensagem expressa a vontade de Deus para o homem, “Sede santo”. Os detalhes da mensagem indicam como é a santidade na conduta para com Deus e nos relacionamentos com os outros. As palavras de Jesus, consequentemente, ampliam esta mensagem de santidade para as atitudes do coração, mostrando que a obediência à Lei não é apenas exterior, mas interior também.
            A Lei de Deus é seu padrão de medida espiritual. Mediante sua Lei, Deus mede a santidade na vida das pessoas ao revelar sua vontade, a qual está baseada em seu caráter santo. Esta é a razão porque todos nós carecemos “da glória de Deus” (Romanos 3.23). Não estamos à altura do padrão santo de Deus.
            Os instrumentos de medição do homem são uma ilustração útil da lei. Quando um tipo de medição é usado para avaliar a altura da pessoa, ele mede o crescimento ou sua ausência. Ele não produz crescimento humano, apenas afere sua condição. Assim é com a Lei de Deus. A Lei descreve a vida que Deus deseja que vivamos, e mede nossa vida para aferir sua condição. Ela não produz o crescimento espiritual. Somente a graça de Deus operando em nossas vidas é a dinâmica suficiente que produz crescimento espiritual.
Desse modo, a capacidade geral da Lei encontra-se, em primeiro lugar, em ser ela a revelação do caráter santo de Deus e de sua vontade que o homem seja santo. Em segundo lugar, em ser a régua que mede a condição espiritual da vida de uma pessoa com Deus; mostrando, assim, suas carências espirituais.
            Adoremos e louvemos ao Senhor por seu caráter santo, tal como revelado em sua santa Lei. Concordemos com sua vontade e desejemos a santidade em nossa vida. Concordemos, também, que estamos muito longe de viver à altura de seu glorioso padrão. Rendamos graças pelo perdão e purificação de toda nossa injustiça, e por nos vestir com a justiça de seu Filho amado. E coloquemos nossa esperança em Cristo para todo e qualquer progresso no caminho da justiça.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Lei produz responsabilidade pelo pecado


            Observando o ensino bíblico sobre a Lei de Deus, em particular o aspecto desse ensino que diz respeito à sua capacidade ou finalidade, descobrimos que a Lei de Deus é útil para conscientizar o homem de sua responsabilidade diante de Deus. O homem é responsável por obedecer ou viver segundo os preceitos da Lei de Deus. Quando não consegue viver desse modo, torna-se pessoalmente responsável por sua falha diante de Deus.
            O Espírito diz por meio do apóstolo Paulo, “Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Romanos 3.19-20).
            A Lei de Deus fala àquele que está sob a Lei. Ela se dirige ao homem. Isto certamente inclui os judeus, pois a Lei de Deus foi dada a eles de forma escrita (primeiro gravada em pedras por Deus, depois escrita em pergaminhos nas Santas Escrituras). Todavia, a Lei fala aos gentios também, visto que eles a possuem inscrita em suas consciências. “Estes (os gentios) mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se” (Romanos 2.15). Assim, todo judeu e todo gentio, cada ser humano, começa vivendo sob a Lei.
            Lembremo-nos de que quando a Lei fala, ela diz, “seja santo, ame e seja perfeito”. O resultado produzido pelo fato de todas as pessoas receberem esta mensagem (quer externamente em forma escrita, ou internamente na consciência) é “se cale toda boca”. Isto é, as pessoas ficam mudas, sem saber e sem ter o que dizer.
            De fato, o que poderíamos dizer se comparecêssemos diante de Deus e ele avaliasse nossas vidas à luz de sua Lei? Como poderíamos responder se Deus dissesse: “Aqui está tua vida; aqui está minha Lei; então, preste contas de tua vida”. Certamente nossas bocas ficariam fechadas, nenhum som sairia dela. Pois não poderíamos proferir nenhuma desculpa, explicação ou justificativa.
            A Lei produz responsabilidade diante de Deus. E esta responsabilidade é universal. “Todo o mundo seja culpável perante Deus” é a conclusão expressa pela Escritura. Não há exceção. Todas as pessoas de todas as épocas, raças, línguas e nações do mundo estão incluídas. A Lei de Deus revela para toda a humanidade o que o pecado realmente é.
            O pecado não é um fenômeno cultural. O pecado não é um distúrbio psicológico. O pecado não é algo relativo. Ele é a revelação divina do que é absolutamente inaceitável diante de Deus à luz de seu caráter santo. “Em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”, afirma a Escritura. O homem não teria qualquer conhecimento desse assunto se não fosse a Lei de Deus. Isto é confirmado mais adiante, quando o apóstolo Paulo diz, “Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei” (Romanos 7.7a). Assassinato, adultério, roubo, mentira, cobiça e etc., tudo quanto é inaceitável perante Deus é revelado à humanidade pela sua Lei. Como afirma o apóstolo, “Pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: ‘Não cobiçarás’ ” (Romanos 7.7b). Por meio da Lei de Deus todos nós somos responsáveis perante Deus por nossos pecados.
            O Senhor Deus de santidade, de amor e de perfeição estabeleceu a Lei perfeita, amorosa e santa. Sua Lei santa fecha nossas bocas. Não temos desculpas para nossa falência espiritual diante de seus padrões perfeitos. O que sua Palavra diz confirma a convicção do nosso coração. Estaríamos para sempre culpados aos olhos de Deus se não fosse o seu perdão e a sua graça justificadora.
            Sejamos gratos a Deus pela provisão do perdão para os nossos pecados e da justificação em Cristo, quando não podíamos oferecer justificativa para nossas palavras ou ações. Ao olharmos para as pessoas ao nosso redor, lembremo-nos de que elas também são culpadas perante Deus, e permanecerão culpadas até que recebam Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador e Senhor de suas vidas.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A Incapacidade da Lei para Santificar

           Tendo falado sobre a incapacidade estratégica da Lei, e de sua incapacidade para justificar alguém aos olhos de Deus, devemos, agora, ampliar nossa reflexão para a incapacidade da Lei em relação à santificação. Não estamos desprezando a Lei santa e perfeita de Deus, mas precisamos considerar que, embora ela requeira de nós santidade, ela não fornece os recursos necessários ao processo de santificação. Pois, assim como ela exige que sejamos justos, mas não nos oferece os meios para tal; de igual modo ela exige que sejamos santos, mas não nos oferece os meios para sua concretização.
Escrevendo aos gálatas, o Espírito diz por meio de Paulo: “Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” (Gálatas 3.2-3).
            A primeira pergunta, aqui em Gálatas, traz novamente à mente as questões referentes à justificação. “Recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” Essa pergunta parte da premissa de que aquele que é justificado diante de Deus recebe o Espírito Santo para habitar em seu coração. Portanto, recebemos o Espírito Santo de Deus para habitar em nossas vidas quando nascemos de novo, quando nos tornamos filhos de Deus. Isto é, quando o Senhor nos declarou justificados, justos aos seus olhos.
            Como o Espírito veio habitar em nós? Isto ocorreu mediante nossa performance, tentando viver à altura da lei de Deus? A habitação do Espírito Santo em nós é recompensa por vivermos em obediência à Lei de Deus mediante nossos próprios esforços? Não, ela ocorreu “pela pregação da fé”. Ouvimos as boas novas de que Cristo morreu em nosso lugar, sofrendo a morte que era nossa, e de que ele morreu por causa dos nossos pecados. Ouvimos a verdade de que Jesus, mediante seu sangue derramado na cruz, perdoa nossas iniquidades.
            A fé foi incitada em nossos corações quando consideramos a grande mensagem. Em simples e humilde fé pedimos ao Senhor Jesus para entrar em nossas vidas, ser nosso Salvador pessoal. Ele ouviu nossa súplica e entrou em nossas vidas. E então a Escritura nos diz: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome” (João 1.12). Ao recebê-lo, nos tornamos filhos de Deus e habitação do Espírito Santo.
            A pergunta seguinte aplica o mesmo raciocínio bíblico à santificação. “Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?” Pensar que podemos desenvolver o processo de santificação (isto é, a transformação progressiva à semelhança de Cristo) por meio de nossos próprios recursos humanos (isto é, pela carne) é insensatez espiritual. Pensar que podemos usar os recursos da nossa carne (isto é, da nossa natureza pecaminosa) para trilhar o caminho da santificação é insanidade espiritual.
            Que pensamento surpreendente! Exatamente como nunca poderíamos assegurar nossa justificação diante de Deus mediante nossos melhores esforços, assim é também verdade que nunca poderemos crescer em santificação pessoal por meio de nossos melhores esforços. Sim, “o justo viverá pela fé”, inicial e continuamente. Sua vida espiritual começa pela fé, continua pela fé, e chega ao seu ápice pela fé. Tanto a justificação quanto a santificação são mediante a fé.
            Louvemos ao Senhor por justificar-nos pela fé em seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Sejamos gratos por esta bênção não depender de nossas habilidades ou méritos pessoais. Estejamos convictos de que a santificação é também pela fé, a fim de evitar a tentação de pensar e agir como se pudéssemos alcançá-la por meio de nossos próprios recursos. Sintamo-nos encorajados pelo fato de a santificação ser pela fé, para que coloquemos nossa confiança e dependência unicamente em Cristo.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A Incapacidade da Lei para Justificar



Em nossa meditação anterior, falamos sobre a incapacidade estratégica da Lei de Deus, visto que ela exige que sejamos santos, que sejamos perfeitos e que amemos a Deus e ao próximo. Contudo, ela não nos oferece os meios necessários para ser santo, para ser perfeito e para amar. Agora, precisamos dar um passo a mais, e falar da incapacidade da Lei para justificar-nos diante de Deus. A Escritura diz: “Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gálatas 2.16). “É evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque ‘o justo viverá pela fé’ ” (Gálatas 3.11).
            Como seres humanos, temos várias necessidades. Algumas são vitais, outras, não muito; algumas são importantes e primárias, outras, secundárias. A principal e mais essencial necessidade do ser humano é ser justificado diante de Deus; é ter o próprio Deus declarando-o como não culpado; é ter o Senhor declarando-o como justo aos seus olhos. À primeira vista, isto parece ser algo impossível para o ser humano. Como o homem pode ser justificado diante de Deus? Deus, nosso Juiz, é santo. Nós, seres humanos, por natureza, não somos santos. Deus, nosso Legislador e Rei, é perfeito e justo, e exige obediência perfeita à sua Lei. Nós, seres humanos, somos imperfeitos e não conseguimos obedecer perfeitamente a Lei de Deus. E mesmo que conseguíssemos, ainda restaria o problema da culpa do pecado, herdada de nosso representante, Adão. A Escritura afirma: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo de imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” (Isaías 64.6).
            As consequências de nossa falta de justiça são inevitavelmente universais e apropriadamente severas. A Escritura declara: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). “Porque o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23a). A justa condenação de Deus para toda a humanidade, em virtude de seus pecados cometidos contra um Deus puro e santo, é morte, separação eterna de Deus.
            A Lei de Deus não oferece ajuda nem provê qualquer esperança de remediar esta terrível situação. Embora a Lei seja como um “aio para nos conduzir a Cristo” (Gálatas 3.24), ela mesma não é capaz de nos ajudar a sair de sob a condenação de morte. As pessoas não são “justificadas por obras da lei”. As melhores tentativas de alguém de viver à altura da Lei nunca produzirão um veredito de não culpado. Em toda a história da humanidade, nenhum ser humano jamais pode cumprir perfeitamente a Lei de Deus de modo a alcançar uma declaração de ser justo, exceto Jesus Cristo. “Pela lei, ninguém é justificado diante de Deus” (Gálatas 3.11).
            Votos e promessas de aperfeiçoamento pessoal não trazem esperança real. Perguntar a outros sobre como esforçar-se mais seriamente não provê ajuda verdadeira. Não há nada que o homem possa fazer, por meio de seus próprios esforços, para mudar sua condição de condenado à morte. “O homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus”. Confiar em nossos melhores esforços nos mantém culpados diante de Deus. Confiar na obra perfeita de Cristo na cruz nos torna justificados diante de Deus. “O justo viverá pela fé”
            Rendamos graças a Deus por sua gloriosa graça derramada sobre nós na justificação. Somente por sua graça somos declarados como justos aos seus olhos. Somos completamente culpados diante de sua santa Lei. Não temos desculpas e não há possibilidade de resgatar-nos a nós mesmos. A Lei de Deus nos condena, e nunca poderemos reverter este veredito mediante nossos esforços. Confiemos em Jesus Cristo, o Filho de Deus, e ele nos declarará justo aos seus olhos. Rendamos ao nosso Senhor toda a honra, glória, adoração e ação de graças, por meio de Cristo Jesus, nosso Salvador.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A Incapacidade da Lei



Nosso Deus e Pai celestial, por meio de Moisés, estabeleceu sua Lei. Ela requer que sejamos santos, que amemos a Deus e ao próximo, e que sejamos perfeitos. Somos exortados pelas Escrituras a dar ouvidos à Lei, a fim de compreendermos seu real propósito.
Na carta aos Hebreus, somos informados sobre a incapacidade da Lei para nos tornar santos e perfeitos, e nos levar a amar; e também sobre a necessidade de colocarmos nossa esperança de salvação e perfeição em algo superior. Lemos ali: “Portanto, por um lado se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chagamos a Deus” (Hebreus 7.18-19).
            O Senhor Deus revela por meio de sua Palavra que sua Lei possui uma incapacidade estratégica. Existe um fórum no qual a Lei tem uma “fraqueza e inutilidade”. A Lei exige perfeição, mas ela não oferece meios para alcançá-la. Esta incapacidade não é devida a algum descuido por parte de Deus, pois sua Lei é boa (1 Timóteo 1.8), santa (Romanos 7.12), espiritual (Romanos 7.14) e cumpre seu propósito (Gálatas 3.23-27; 4.1-7). Esta incapacidade está relacionada com o que Deus nunca pretendeu que sua Lei realizasse. Nunca foi sua intenção salvar e santificar o homem por meio da Lei (Romanos 3.19-20).
            A Lei de Deus não foi dada ao homem como um instrumento para torná-lo perfeito, isto é, para ser mudado espiritualmente (Gálatas 2.6). A Lei nos diz o que Deus deseja ver em nossas vidas, mas a Lei não fornece os recursos para efetuar as mudanças necessárias. Assim, tentar começar ou desenvolver um relacionamento com Deus na dependência de nossa melhor performance sempre será um empreendimento impossível.
            Qualquer pessoa que deseje aproximar-se do Deus santo e perfeito deve ter uma expectativa mais eficaz do que sua melhor performance pessoal, a qual é avaliada pela santa Lei de Deus. Qualquer pessoa que queira obter conhecimento de Deus, andar com ele e viver com ele por toda a eternidade, precisa encontrar uma “esperança superior” ou melhor que a da Lei de Deus.
            A Lei de Deus não pode dar-nos uma posição inicial diante de Deus, isto é, ela não pode justificar-nos (Gálatas 2.6). A Lei também é incapaz de desenvolver um andar contínuo de piedade diante do Senhor, isto é, ela não pode santificar-nos Romanos 8.3). É necessária uma “esperança superior ou melhor” para usufruirmos de cada uma dessas preciosas bênçãos de Deus. A graça de Deus é a “esperança superior” que nos permite “chegar perto de Deus”, inicialmente, pelo novo nascimento, e continuamente, pelo crescimento em intimidade.
            Nosso Deus e Pai celestial é santo quanto ao seu caráter, e sua Lei é perfeita quanto ao seu padrão. Sua Lei exige, justificadamente, que sejamos santos e perfeitos. Somos lembrados frequentemente que não conseguimos viver segundo os requerimentos divinos por nossos próprios recursos. Isto nos faz lembrar a incapacidade da Lei de Deus. Oremos, pedindo a Deus que mova nossos corações para confiar na “esperança superior” – sua graça. Desejemos andar em intimidade cada vez maior com o Senhor, e confiemos em sua graça como a única e suficiente esperança que nos permite chegar e viver perto do Senhor.